sexta-feira, 4 de maio de 2012

Hepatocarcinoma e ultrassonografia


    
     O hepatocarcinoma é o tumor primário de fígado mais freqüente, sendo o colangiocarcinoma mais raro. Em nosso meio, 80% dos doentes com hepatocarcinomas, são portadores de vírus B ou C. Outro possível fator causal seria a cirrose de etiologia alcoólica
     Dor no hipocôndrio direito, aumento do volume abdominal, hepatomegalia, febre, icterícia e ascite são os sinais e sintomas mais freqüentes. A piora abrupta do quadro clínico de paciente cirrótico pode ser a primeira manifestação de tumor hepático associado.
     O acompanhamento de hepatopatas crônicos deve ser realizado com ultra-som e alfa feto proteína seriadas a cada seis meses, com intuito de diagnosticar lesões pequenas.
     A imagem típica de um pequeno hepatocarcinoma, menor que 3,0 cm, apresenta-se como lesão hipoecogênica, homogênea e bem definida . As lesões maiores que 3,0 cm de diâmetro apresentam-se geralmente hiperecogênicas e heterogêneas pela presença combinada de necrose, hemorragia, gordura, fibrose e dilatação sinusoidal. Em alguns casos, é possível identificar um halo hipoecogênico representando cápsula fibrótica,
     Uma das limitações do Ultra-som são os fígados muito reduzidos e com nódulos de regeneração (comum em portadores de cirrose alcoólica avançada), diferenciar um nódulo potencialmente maligno de um fígado repleto de nódulos benignos é muito difícil - nestes casos, estaria indicada a tomografia computadorizada. A possibilidade de utilizar a ultrassonografia com tecnologia de doppler ou com contraste aumenta a sensibilidade (capacidade de detecção) e especificidade (capacidade de diferenciar nódulos benignos de malignos) do exame. Também permitem a identificar a presença de invasão vascular, importante para a avaliação prognóstica e definição de possibilidades de tratamento.
Figuras:






quinta-feira, 3 de maio de 2012

Síndrome dos ovários policísticos

     Melhor designada como Sd. da Anovulação Crônica; ocorre perda da ciclicidade funcional por retroalimentação anômala com se­creção inadequada de LH e FSH pelo sistema hipotálamo­hipofisário.
     Representa um dos distúrbios endócrinos repro­dutivos mais comuns em mulheres.
     Clinicamente, observa­-se amenorréia em cerca de 55% dos casos e sangramento anormal em 28%.   Hirsutismo ocorre em 50% das pacientes.
     A ultra­sonografia revela, geral­mente, ovários aumentados de volume, com aspecto micropolicís­tico (mais de oito imagens císticas na periferia do ovário com diâ­metro menor que 1cm) e hiperecogenicidade central (hiperplasia estromal).
     O diagnóstico é de exclusão, e a paciente deve apresentar pelo menos dois dos três critérios de Rotterdam (2003): história clí­nica de anovulação crônica; sinais clínicos ou laboratoriais de hipe­randrogenismo; presença de ovários policísticos ao ultra­som. A  anovulação é essencial para o diagnóstico.
Ultrassonografia de um ovário policístico

http://tododiasaude.com/ovario-policistico-diagnostico-tratamento-riscos-associados/

Nódulo de Tireóide


     Pode ser definido como qualquer  lesão macroscópica distinguível do parênquima tiroidiano  normal.
     É a doença tireoidiana mais frequente. 
     Pelo US consegue-se  detectar  nódulo em aproximadamente 30% dos indivíduos sem qual quer queixa de doença tiroidiana. É o sinal comum a várias  doenças tiroidianas; bócios colóides, adenomas, adenocarcinomas,  cistos e tiroidites podem, pelo menos num estágio de sua evolução, se manifestar clinicamente como um nódulo.
    A probabilidade de malignidade é maior nos nódulos que estão aumentando de tamanho, nos mais endurecidos, quando houver paralisia de corda vocal, aderência a outras estruturas ou adenomegalia, em pacientes mais jovens (duas primeiras décadas) e nos mais  idosos (20% se >60 anos), no sexo masculino (17% contra 8% em mulheres) e em pacientes que receberam irradiação externa na região do pescoço durante a infância ou adolescência.
     A cintilografia mostra se há ou não uniformidade de captação pela glândula evidenciando a característica funcional do nódulo, se morno, quente ou frio. Sua principal indicação é quando houver TSH suprimido com suspeita de nódulo autônomo que pode levar à tirotoxicose (T4 alto), ou não (T4 normal). 
    O US identifica bem o tamanho da glândula e da lesão, mostra se há ou não uniformidade na textura do parênquima, distinguindo se o nódulo é um cisto puro, no qual a suspeita de malignidade é muito baixa, se é sólido ou misto. Identifica estruturas adjacentes à tiróide, mostrando se há infiltração de órgãos vizinhos e adenopatia satélite. É porém um exame pouco específico, pois os sinais mais evidentes de malignidade não estão presentes em todos  os carcinomas e não existe qualquer sinal ao US que afaste a possibilidade de malignidade em qualquer nódulo. Ocasionalmente o exame revela outros achados suspeitos, como calcificações finas. 
     A punção aspirativa com agulha fina para exame citológico (PAAF) é o método mais sensível e específico para o diagnóstico etiológico dos nódulo. A maior parte  dos nódulos sólidos e cistos complexos maiores que 1 a 1,5 cm de diâmetro deveria ter uma amostra colhida. A aspiração muitas vezes pode ser dirigida só pela palpação quando um nódulo é imediatamente definível; o US fornece uma orientação mais segura para a coleta de amostras das lesões mal localizadas, frequentemente revelando nódulos adicionais que devem ser avaliados.


Nódulo misto do lobo tireoidiano esquerdo, com parte cística apresentando estratificação de densidades, como na mistura óleo-água, frequente na hemorragia intranodular. 

Atualização Terapêutica 2007
Cecil