segunda-feira, 16 de abril de 2012

Radiografia de tórax

         Acompanhei pela manhã, os laudos de Radiografias de tórax. A maioria mostrava um padrão normal, com pequenas alterações como espondiloartrose em pacientes mais velhos. O professor comentou que é muito interessante o médico ter a tranquilidade e segurança de dizer que um Raio x de tórax está normal, assim resolvi escrever sobre os passos para avaliação deste exame.
       É importante avaliar se o exame foi bem feito! Idealmente, devemos ser capazes de visualizar a sombra da coluna vertebral apenas nas suas porções mais superiores. Exames onde a coluna é visualizada na sua totalidade estão muito penetrados.  ideal é que o exame seja realizado em apnéia inspiratória máxima. Para sabermos se o exame está bem inspirado, devemos ter de 9 a 11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares.  Para que o exame esteja bem centrado, as bordas mediais das clavículas devem estar eqüidistantes do centro da coluna. Além disto, as escápulas devem estar fora do campo; e a traquéia deve estar sobreposta aos processos espinhosos. 
         Em relação as incidências temos:
      * Ântero-posterior: porção posterior do tórax em contato com o filme; o feixe de raios X entra anteriormente. Como o coração encontra-se longe do filme, ele é magnificado, dificultando a análise do seu tamanho e também dos segmentos pulmonares adjacentes (medial do lobo médio e língula). Realiza-se esta incidência, portanto, apenas em casos especiais, quando o paciente não consegue ficar na posição ortostática: crianças pequenas e pacientes debilitados ou acamados. É feita nas crianças menores de 2 anos.
    * Perfil: Deve ser sempre solicitada e realizada, juntamente com a PA. Auxilia bastante na localização e caracterização de lesões. Permite ver o lobo inferior e a parte de trás do coração. Lobo médio anterior ao coração. Rotineiramente realiza-se o perfil esquerdo, ou seja, com o lado esquerdo em contato com o filme e com entrada do feixe pela direita , para não magnificar o coração. 
     * Ápico Lordótica: O feixe de raios X entra anteriormente e as costas estão em contato com o filme. O paciente assume uma posição em hiperlordose, retirando as clavículas dos campos. Esta incidência tem grande valor para a avaliação dos ápices pulmonares, lobo médio e língula.
   * Decúbito lateral com raios horizontais: basicamente para diferenciação entre derrame e espessamento pleural. 
  * Oblíqua:  para melhor localização ou caracterização de lesões parcialmente encobertas por outras estruturas.
      Deve-se sempre ter uma sequencia de avaliação, que fica a critério de cada um, desde que tudo seja visto:
1. Partes moles: avaliação das mamas, região cervical, supra-escapular, tecido subcutâneo, abdome superior.
2. Ossos: coluna, clavículas, costelas, ombros, esterno.
3. Coração: morfologia e dimensões.
4. Aorta e artérias pulmonares: verificação de anomalias congênitas e aneurismas.
5. Mediastino: alargamentos, pneumomediastino, massas.
6. Hilos: estudo comparativo da morfologia e dimensões.
7. Parênquima pulmonar: nódulos, massas, consolidações, cavidades.
8. Pleura: espessamentos, pneumotórax, derrame pleural.
9. Diafragma: altura, morfologia, estudo comparativo.
10. Seios costofrênicos: verificar se estão livres; em casos duvidosos realizar decúbito lateral.
    Abaixo duas imagens que mostram didaticamente as principais estruturas cardíacas.
Radiografia de Tórax normal



VCS= Veia Cava Superior, AD= Átrio Direito, AA = Aorta Ascendente, A1= Arco da Aorta, TcAp= tronco da pulmonar, VD= Ventrículo Direito, VE = Ventrículo Esquerdo, AE= Átrio Esquerdo.

PneumoAtural - Radiografia simples do tórax: incidências, aspectos técnicos e sistematização da análise, Gustavo de Souza Portes Meirelles


Nenhum comentário:

Postar um comentário